quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Posição inicial.

As Forças de Segurança do Paraná amanheceram no local conhecido como "Banhado Grande". O comandante Coronel Gualberto posicionou suas tropas de costas para o banhado. Tinha ouvido tiros vindo das matas à sua frente. Não acreditava que poderia ser "flanqueado" pelos caboclos, pois achava o banhado impassável. Na verdade desconhecia a existência de uma "estiva", uma passagem seca , pequena ponte, sobre o banhado. Por ali os caboclos puderam cercar as tropas do governo...

Além dessa convicção, o Coronel Gualberto desconhecia a força inimiga. Não tinha ideia da real quantidade de caboclos que estavam na localidade. Por isso , na madrugada, ao invés de pedir os reforços que estavam na cidade de Palmas (mais de 100 soldados) preferiu com sua força de 70 homens ir ao encontro dos caboclos.

Ele sabia que havia inferioridade numérica, porém não tanta. Fala-se em até 400 caboclos no ataque.
Todavia, para compensar a inferioridade que ele supunha , tinha uma "arma secreta" uma metralhadora Maximm. Com poder de fogo de 400 tiros por minuto, essa arma faria a diferença no combate. Algo que lembraria as guerras coloniais na África...Hordas de nativos com lanças e facas sendo dizimados pelas metralhadoras dos soldados colonizadores, geralmente em menor número.

No entanto, naquela madrugada, horas antes da batalha, uma das mulas que carregava as partes da metralhadora derrubou sua carga no rio. A parte que caiu, a fita dos cartuchos , feita de um material próximo a papelão, absorvente, molhou.

No momento do combate, no entanto, a metralhadora "engasga", a fita úmida não secara totalmente, havia "inchado" pela água.

Cercado pelos caboclos ( eles flanquearam as tropas pelo banhado) e vendo a metralhadora falhar, vendo o bando dos caboclos se aproximando, mais de 300 homens, enfim, em segundos vendo toda sua estratégia se acabar...dizem que o Coronel Gualberto gritou para seus homens: "Peguem as armas meus filhos, estamos perdidos, mas tenham coragem..."



Na posição inicial do jogo, optei por iniciar (set-up)  no momento em que alguns caboclos (peças brancas) já estavam em posição minutos antes do ataque. Escondidos pela mata (terreno verde) eles tinham atirado contra as tropas, nesse momento o Coronel Gualberto (peças azuis)  manda formar a linha de defesa, de costas para o banhado e apoiada em duas elevações. João Gualberto fica próximo de sua "jóia" , a metralhadora na elevação à direita.  No centro ele posiciona sua linha de infantes e cavaleiros. A metralhadora está á direita e a na elevação à esquerda ele posiciona o Tenente Miranda com sua cavalaria. Os caboclos movem primeiro. Tem a iniciativa histórica do combate...


domingo, 25 de janeiro de 2015

Combate do Irani. Livro.

Um bom livro para entender o que foi o Combate do Irani. Conta muito os depoimentos dos envolvidos no combate pelo lado dos Caboclos. Os relatos são baseados nos depoimentos do inquérito aberto pela polícia após o Combate.
Livro: "O mato do tigre, o campo do gato" (Celso Martins)
Comprei em uma das minhas visitas ao Museu da Guerra do Contestado em Caçador, SC.



sábado, 24 de janeiro de 2015

Documentário sobre o Contestado.

Para conhecer um pouco mais sobre o conflito e sobre o jogo que estou desenvolvendo.

https://www.youtube.com/watch?v=UXOdIYxhgT8

Realmente não tinha percebido até hoje um detalhe que o historiador fala no vídeo.
Esse Combate é talvez o único na história em que os dois líderes morrem...


Reunião dos caboclos, antes do combate. 

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Tropas do Governo

As tropas do Governo, forças de segurança do Paraná.
O Coronel João Gualberto é o segundo da direita para a esquerda.

Tenente Miranda

O "Combate do Irani" teve detalhes e evento que valem serem reproduzidos no jogo. Cito por exemplo que o "flanco direito" das forças do Coronel Gualberto foi posicionado em uma elevação. Tratava-se do esquadrão de cavalaria comandado pelo Tenente Miranda. A atuação do Tenente Miranda é discutida até hoje. Na verdade, falta de atuação. Ele não apoiou as tropas, ficou em uma posição de espectador e simplesmente travou uma batalha de retirada...Parece que ficou perplexo com o ataque dos caboclos e quando percebeu que a situação estava difícil, iniciou uma retirada...(alguns chamariam de ...escapada...)
Por isso a unidade do Tenente Miranda eu defini como "inativa". Ela pode ou não ser "ativada" por conta de rolagem de dado ou caso seja atacada...Assim, tento botar um pouco de realidade no jogo, ou seja, não poderia suprimir a unidade, mas não posso permitir que ela tenha uma liberdade de movimento e ataque, uma vez que não fez isso historicamente.
Coronel João Gualberto.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O jogo "O Combate do Irani" está em pleno desenvolvimento. Estou no momento testando o desenrolar do jogo, jogando partidas completas. Verifico que até o momento, 7 turnos é um bom tempo para decidir a batalha e encontrar as condições de vitória do jogo.



O jogo em seu segundo turno (acima) mostra os caboclos (peças brancas) atacando frontalmente a linha da infantaria das forças de segurança do Paraná (cinzas). Enquanto isso um grupo de caboclos se movimenta pela floresta, protegidos pela mata. 
Alguns caboclos oriundos do banhado, vem chegando pela retaguarda.
Entendo que o jogador do Governo deve tentar suportar essa carga inicial...


domingo, 4 de janeiro de 2015

A Cadiz Press, através de minha pessoa, Diniz, tem a ideia de realizar a partir de 2015 , um jogo a cada dois anos. Para iniciar já tenho quase pronto o primeiro título. Trata-se de uma simulação do "Combate do Irani", ocorrido em Outubro de 1912, entre as forças de segurança do Paraná e um grande grupo de caboclos liderados pelo monge José Maria. O combate ocorreu na localidade que hoje pertence ao município de Irani em SC. O jogo está em fase de testes.